quinta-feira, dezembro 22, 2005

Lágrimas

Sinto dentro de mim,
Um vento,
Que vai chegando devagar,
De repente ele vira um furacão,
Que vai derrubando tudo,
E ele que não suporta
Ser preso, enfrenta quem estiver na frente,
Depois quem entende,
Esses sentimentos
Que fazem
Uma única palavra,
Desatar nós,
Jorrar cachoeira.
Eu não gosto da TPM.
A gente fica besta.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

o que está em meu corpo.

Há algumas semanas estava me sentindo muito bem com meu corpo, com minhas resoluções, tinha ido a um médico homeopata que me disse coisas óbvias, mas que precisava ouvir, passou as bolotinhas e então estava decida...tinha que mudar,afinal, minha querida barriguinha anda pagando o "pato" por minhas indecisões e o peso do mundo ando jogando nela, empurrando com a barriga literalmente.
Tomei algumas decisões pequenas, mas que estavam fazendo efeito... dúvidas em relação as decisões sempre viam... mas, eis que me vem a recaída... e aí eu choro, porque sei das conseqüências e mesmo assim repito os mesmos erros... aí eu choro, choro de me desmanchar e quanto mais choro, mais quero chorar, mais quero me esconder dentro de um buraco, mais quero pedir pra minha mente esquecer o que sou, o que tenho sido..
Assisti ao filme "quem somos nós" e basicamente o filme mostra que somos aquilo que escolhemos ser, que podemos mudar nossa realidade com nossos pensamentos..
Quero refletir e me dá um medo do futuro, do que possa vir se não tomar uma atitude em relação ao que sou e definitiva...

quinta-feira, outubro 27, 2005

Ilu-aye

aonde estão meus antepassados negros, senão aqui em meu sangue, pulsando todos os seus sofrimentos, me arrepiando cada vez que ouço um tambor ou mesmo um canto como Ilu-aye, onde estão meus guerreiros, que obrigados deixaram sua terra, sofrendo, deitando lágrimas de saudades por sua terra.
Quem me vê com essa pele clara, não os vê, mas a história trago em mim, não sei de todos, mas sei de Sá Sinhana minha bisavó, negra, brava mulher, brava de lutarora, brava por sofrimentos vividos na vida.
Essa mulher que nunca foi à escola, que cumprimentava até mesmo as crianças por Senhor e Senhora, dizia bom dia a todos que encontrava pela rua, essa guerreira que botou na cabeça que se casaria com um homem branco e assim o fez, e de olhos azuis, preconceito? sofrimento sentido na pele.
Trabalhadora da roça, D. Ana Cândida de Jesus teve tantos filhos, Joaquim, Amancio, Maria da Conceição (Lica) minha avó, Ilda e Zilda (gêmeas da pele bem negra), Pedro e Custódia, estes são os que sei, talvez houvesse outros.
Do meu bisavô pouco sei através das narrativas de minha avó, que se lembrava dele bem pequena, chegando à cavalo, lhe trazendo balas, lhe defendendo dos irmãos, que a apontavam porque seu ouvido vivia escorrendo, já era a inflamação que lhe causou a surdez permanente. Este homem, que ela dizia ser muito alto, morreu muito cedo, lá na roça, E os filhos bem pequenos D. Ana tinha que cuidar.
Da terra, viria o sustento, sem ser dona, numa casa de pau a pique, simples, pobre, porém limpa.
Joaquim, um menino logo foi mandado para ajudar a cuidar do gado, tão pequeno ele contava, humilhado, dores da infância.
Minha vó essa cuidaria da casa, da roupa e ai se não fizesse direito, a roupa encardida, na sua bouca viraria escarlate.Lavando nela pra nunca mais se esqucer da brancura dos lençois.
Cada um teria seu destino traçado minha tia Ilda trabalharia na cidade na casa de d. Mariana, seria como filha.
Tia Zilda seguiria como empregada para Belo Horizonte, outra família, mais uma filha porém como serva.
Tia Custódia casaria aos treze, com um homem bem mais velho, noite de núpcias, por medo lhe restaria se esconder debaixo da cama, mas D. Ana, logo advertida, passaria por lá e lhe diria, Dorme com ele ou amanhã te pego no lombo!
Tio Pedro, logo mais trocaria seu sobrenome não carregaria o trocaria pelo Cruz.
E assim a preta D. ana vivendo com seus filhos, sua irmã que nunca se casou a titia, sim todos a chamavam assim, à pouco tempo fiquei sabendo seu nome Maria José, que se assentava na frente do terreiro às 6 da tarde para rezar seu terço, que dizia á minha mãe, o que seria dela e de minha avó quando ela morresse. Minha mãe, na sua ingenuidade de menina pediu: "Titia, quando você morreer, você vem me buscar". Titia disse, sim.
quando tittia se foi, ela magrinha, magrinha que sempre foi, tanto assim que a criançada a carregava na "cagunda", ainda mais se diminui na hemorragia, e assim no fio, se foi pra Deus e minha mãe, na escuridão da noite, pedia, titia, eu tenho medo não me leva não!
D. Sinhana, dizia sempre seus ditados "deixa estar que um dia a lagoa há de secar', seus patrões que dividiam tudo no terreiro do dono, sendo que a justiça, era do dono, pois quem plantou, tomou chuva, poeria e cansaço nada podia ter, além daquilo que lhe era "merecido".
E orgulho é o que não faltava à ela, minha mãe dizia que tantos meses elas passaram à mingau de fubá doce, pois não havia a gordura do pocro pra cozinhar, tinha que se esperaro tempo e esse tempo, durava para uma criança uma eternidade, ninguém sabia, e quando uma preta velha lá na roça lhe oferecia um poquinho da sua comida, minha bisavó baixinho dizia e beliscava minha mãe,"fica quieta, não vai lá não"!
E quando minha mãe branquinha, ia com ela pra roça e chorava o dia inteiro na idéia dela, por causa dos mosquitos e do sol ela dizia "É minha filha estuda, porque senão seu fim é esse mesmo"!
A melhor das histórias foi quando minha mãe voltando da escola nos primeiros dias, ela foi lhe pedir que lesse uma carta dela, e óbvio, minha mãe ainda não sabia ler, ela muito enfurecida "mas que escola é essa que não te ensina a ler".
Seu único sonho foi ser dona da terra ao ouvir pelo rádio que haveria a tal da REforma Agrária ela muito ficou feliz, Jango, é mas a história não lhe deu este presente!
bom vou parando por aqui, porque uma história puxa outra, e calmamente vou contar desses meus entes tão queridos que vieram de ilu-aye - (terra sagrada)!
Minha reverência a todos! Quero sempre homenageá-los através das palavras que nunca puderam ler nem tampouco escrevê-las e aqui estou graças a garra de todos vocês!

sexta-feira, outubro 14, 2005

Reencontro

Hoje é um dia de alegria, um grande amigo que há muito tempo não falava, o reencontrei graças a esse tal de orkut.
Mas é engraçado é como falei a ele, passaram-se 14 anos desde que nos vimos pela última vez, lá em Saquarema, um único final de semana.
No entanto, sinto que nunca tivéssemos nos despedido e nem tivesse havido a separação física, tão forte era a presença dele em minha vida.
Conheci meu amigo,quando tinha 19 anos ele um pouco mais velho que eu, num feriado de setembro no albergue da juventude, o frio, a chuva, o lamaçal de Saquarema nos ´"prendeu" e a única coisa que nos restava era bater-papo.
Eu conheci meu amigo, quando sentada na sala, folheava albuns do dono do Albergue e quem me chega ele puxando papo, um carioca "folgado", eu super tímida, mas logo era eu e ele e mais um tantão de gente que tinha perdido o sono.
Nossa amizade fortaleceu-se durante o final de semana, chorei que nem uma boboca, porque o carinho e cuidado dele nunca tinha tido, ele me escreveu palavras tão bonitas que guardo até hoje "Alla Akabar" - Deus é Grande.
Nos despedimos com um abraço, ele seguiu pro Rio e eu para São Paulo, porém nossas correspondências eram constantes, eu contando a ele ddas minhas paixões impossíveis ele sempre traqüilo e sábio, me ensinando sobre Borges, me falando em espanhol. Até um dia que me conta que estava apaixonado por uma paulista (magina na época cheguei a cogitar que era eu...), nada pretenciosa, namoro sério, não era eu não...Ele a conhecera no mesmo albergueque no feriado seguinte, casaram-se, ele me mandou convite, foi aqui em SP, mas minha insegurança ou sei lá o que me impediu de ir. E agora a gente se reencontra, e fico tão feliz, pois ele já tem uma filhinha, e saber que a gente ainda chora de emoção como no último dia que nos vimos lá em Saquarema.è meu grande amigo nunca te esqueci...é bom te rever...

segunda-feira, outubro 10, 2005

andando...

Subo a rua
Passo pelas esquinas,
Luzes e carros,
Fantasmas,
Pego o bilhete,
entro
o trem prossegue
Pessoas, passantes
Cochilo,
Ir pra casa,
Nada
Olho vitrines
Almoço no jantar
Vejo livros
Me sento no banco
E meu olhar se perde
E pra recordar,
Madonna
Something to remember,
Lágrimas de que?
Um tempo,
De mim mesma,
De alguém
Deve ser a homeopatia
que solta todos os bichos
nos sonhos, nas lágrimas
no meu peito
querendo explodir

domingo, outubro 09, 2005

De querença em querença!

Que quero eu,
Já não sei,
De repente
Lá dentro
tudo tão obscuro
tão sem rumo
Aqui fora
ando com medo
Te tudo,
o que faço eu
eu me cobro
os outros me cobram
Eu só queria
Poder me assentar
E chorar até
Me acabar.
Até as lágrimas
Não terem mais água

Ouço padre Zezinho e um pouco ele me diz tudo, tudo,
O filho pródigo
Filosofia não me deu felicidade,
explicação não explicou oque eu te fiz.
Eu tinha tudo ao meu redor
saúde, paz e tanto amor
e mesmo assim não soube ser feliz

Minha casa é a casa do Senhor
Minha casa é a casa do Senhor

Eu me afastei porque pensei ser meu direito
usar daquilo que era meu como escolhi
Eu tinha tudo ao meu redor
e Deus me dava o seu amor
e mesmo assim meu Deus eu não ouvi

Imaginei saber de tudo e fui descrente
contra meu Deus ouvi falar e me calei
Não eu não fui um bom cristão
pois fiz ao mundo concessão
e sem notar, de Deus me envergonhei

Igual ao filho que partiu naquela história,
felicidade longe dele eu não achei.
Filosofia não me deu
aquela paz que vem de Deus
ao meu Senhor agora eu voltarei

então agora vou me calar,
principalmente dentro de mim
quero crer que Jesus Cristo
sabe o que pode vir
eu agora, choro,
quero tanto tanto, meu amigo,
sincero pra lhe dizer todas as minhas preocupações
e ouvir sim queria muito ouvir sua voz,
das tantas vezes que me deitei em seu colo,
ah bem queria,
De querença em querença,
as vezes eu não queria nenhuma delas
apebas o silêncio, a paz!

sexta-feira, setembro 30, 2005

O mundo vai mal e mau!

Nunca tenho certeza no uso desse termo, mesmo ao consultar o dicionário: Mau a- menino mau - nocivo prejuciial, ruim, que não cumpre seus deveres, rude, mau. Mal, tratar mal, contra a virtude, o bem, a justiça.
Mas vendo " O jardineiro fiel" de Fernando Meirelles, nosso cineasta que se destacou em Cidade De Deus, e que agora se tornará conhecido no mundo todo, dirigindo o ator do Paciente Inglês, é nas palavras de Cláudia (jornalista da Folha de São Paulo) "é um soco no estômago".
A temática do uso de cobaias humanas, no caso os africanos, que sem opção alguma se deixam ser usados para experiências com novas drogas para que possam obter atendimento médico.
A fotografia do filme é impecável, o colorido, as cores, só cansa um pouquinho quando a câmera balança demais, na correria e claro dá pra perceber a assinatura de Meirelles em várias cenas, algum diálogo com as cenas de Cidade de Deus.
Além da temática da indústria farmacêutica muito sutilmente é tocada a questão social, o abandono de um povo, o silêncio e as guerras entre tribos enfim algo que ocorre no "fim do mundo", onde nossos olhos os olhos do mundo não quer enxergar.
E então nos deitamos em nossas camas fofinhas, com a "boca escancarada de dentes" (citando Raul)vendo a vida passar e nos confins da terra, negros famintos, jogados em hospitais sem assistência nenhuma, no deserto sendo subservientes ao homem branco, cvom uma resignação de devoção, "bWana", ah me fez lembrar, "em lugar nenhum da áfrica", me fez lembrar meus antepassados negros, vindo em navios negreiros para essa terra estranha "Brasil", trazendo o canto , o "banzo", que as vezes sinto pulsando na minha veia...
São diálogos, é nossos olhos querendo enxergar apenas as pequenas coisas, que pra nós são monstros e as grandes, essas ficam enterradas, bem lá no fundo do baú.
Houve um debate ao final da exibição sobre a quebra de patentes na indústria farmacêutica, como a cada dia e rapidamente são lançadas novas drogas com o mínimo de diferença e eficácia entre elas e tão caras, como é possível conceder patentes por 20 anos, lucro, lucro, lucro. É o tal do capitalismo gritando, e quem sabe se a morte não vem chegando! E o dinheiro, o ouro enferrujando. Foi duro, ouvir de alguém nas entrelinhas as justificativas da patente (do lucro), já que o governo não investe na produção de medicamentos em seus laboratório próprios, o indústria farmacêutica investe e claro quer retorno. fui embora. E com um peso no coração!
A conspiração é global, diz o cartaz de divulgação do filme.
Fernando Meireles estava lá também, disse que um contador de histórias e que contador!O filme não é cansativo e sabe prender.,..
Como nosso mundo poderia ser diferente? Alguém teria a resposta?

quarta-feira, setembro 28, 2005

Na gafieira!

Na gafieira segue o baile calmamente com muita gente dando voltas no salão.
Que privilégio cantar com Mônica Salmaso e ter o teatro lotado, dançar, curtir muito com meus amigos de cantoria.
Também pude ver a carinha da Mônica e sua alegira em ganhar uma caixinha de presente.
pedir um autógrafo à ela e ela agradecer pela oportunidade de ter cantado com a gente!
Rever meus amigos da Ópera!
Rever velhos amigos!
No final depois que quase todos se foram e o silêncio do camarim, ouvir ao longe a vozinha da mônica cantarolando na gafieira.
Se sentir uma celebridade com um monte de flashs das máquinas fotográficas, filmadoras.
Cantar Que nem jiló com Mônica no finalzinho que coisa linda.
Se a gente lembra só por lembrar
De alguém que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saude intonce aí é ruim
Eu digo isso por mim
Que vivo doido a sofrer...
Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó...
é foi muito bom, é bom ter amigos!
Que seria da vida sem eles...

quarta-feira, setembro 21, 2005

As canções!

Que poder é esse que pode vasculhar cada cantinho de nosso coração, ir ao fundo do inconsciente, explodir nos olhos pelas gotinhas das lágrimas. Yamandu Costa tem esse poder.
Conheci sua interpretação através de um amigo que me apresentou (são os anjos que nos apresentam as melodias do céu),me ensinou que violeiro é diferente de "violonista",palavra nova pra mim até então, e o mais engraçado as pérolas de Cristiane, quando me disse que Yamandu tinha a mão do Rafael Rabelo, eu disse é mesmo é gordinha né (rs), coisas de Cristiane...
Yamandu havia recentemente ganho o Prêmio Visa Instrumental e eu claro quando me apaixono pelas coisas vou à todos os shows, leio tudo sobre e assim foi. Comprei o Cd e me apaixonei por Mariana, essa música pra mim resume em suas notas o ápice do ato amoroso feminino desde a explosão até a calmaria, ou mesmo suas contradições. Vi Yamandu tocando com seu mestre Lucio Yanel e nesse dia deu uma vontade de invadir o Palco e dizer "Obrigada".Foi o êxtase quando tocou "el Condor Pasa".
Já o vi com Alessandro Penezi, outro virtuose do violão, e diga-se de passagem LINDO! Esse dá vontade de agarrar não só pela música, mas pela beleza, ai, como diz o próprio Yamandu: E ainda por cima o F.da P. é bonito.
A última vez que vi um show ao vivo foi com a OSESP, na maravilhosa sala São Paulo, todo aquele clima mais sério, e lá vem de bombacha e camisa vermelha, Yamandu, e toca Mariana com a Orquestra, que fazer? desatei a chorar, um choro, solto, incontrolável, a delicadeza dos violinos, junto com o violão de Yamandu, não aguentei, e o mais interessante tinha uma moça na minha frente com um lencinho também, chorava, chorava...
Agora estou ouvindo o CD que ele gravou com Paulo Moura grande Clarinetista. disco El negro del braco e La paloma me invade e é difícil porque nesse momento tenho vontade de chorar, mas não posso os deveres nesse momento me chamam, mas quem pode impedir que minha alma chore, que ela corra e vá pros lugares que ninguém mais pode ir.
Ei nessas horas sou livre!

segunda-feira, setembro 19, 2005

Conversa de Cristiane para Cristiane

Ei, menina que te passa que te vem esse nó na garganta?
Qual despedida te mete medo?
Por que sempre o abraço te parece o último
Diga-me por que te apontam
E sem graça você fica,
Faz parte da vida,
Corrigir é que você deve procurar
É que a pequena sempre vem a te atormentar
Com inseguranças e pecularidades pessoais,
quase sempre não é.
A vida quse sempre continua
é que deixar sempre dá um medo,
Não entendo,
Essas conversas solitárias
De mim pra eu,
Nunca obtém respostas
Apesar de já sabê-las
Aceitá-las?
E a vida já te passa
Nem parece!

quinta-feira, setembro 15, 2005

Cada um é para o que nasce

Parafraseando um filme brasileiro, realmente cada um é para o que nasce.
Ontem foi um dia de grande emoção e aprendizado. Pra alma e pra vida.
Tive o privilégio de ouvir ao vivo bem de pertinho uma das grandes intérpretes da nossa música brasileira: Mônica Salmaso.
Pessoa de uma simpatia, de simplicidade e mesmo estando rouca que voz!! Abriu a boca e a voz saiu leve, solta!
Que privilégio! Deus e paro e fico pensando: como tenho tido experiências maravilhosas e quase inimagináveis de acontecer no SESC desde que comecei a fazer aulas de canto. Conheci Carlos Fernando, cantor de jazz, que já tinha ouvido falar no Nouvelle Cousine na minha dolescência, depois Antônio Nóbrega, ( eu de boca aberta), Workshop com André do Barbatuques, aprendizado com André Abujamra, cantoria na Ópera O Meio do Mundo (ser assistida pelo pai Antonio Abujamra) e agora a Mônica. São muitos presentes!é muita coisa boa!
Esse poder de cnatar e emocionar, de onde vem essa magia? Cada um para o que nasce!
Que seja pra fazer feliz os outros de alguma forma o meu viver também!

terça-feira, setembro 13, 2005

Das pequenas coisas

Há dias que as coisas saltam aos nossos olhos, na correria a gente perde as flores que a primavera está trazendo nesse cinza da cidade, na correria a gente passa desapercebido do velhinho que dorme na estação de metrô, na correria a gente não vê a velhinha corcunda de bengala, na correria hoje eu vi, o ipê amarelo, com tão poucos galhos lutando com os fios de eletricidade! Na vidraça de uma casa uma outra árvore com flores vermelhas colorindo o cinza!
Ah, minha cidade de tantas diferenças! Correndo, correndo, pra pasar o crachá, dizer Bom Dia e entrar. Lá fora o verde, o amarelo, o vermelho, o cinza.
E nas pequenas coisas, vi também que o tempo passou, vi meus amigos da ópera, nos ensaios, vi suas carinhas, e percebi que o tempo passou, na correria, a gente não olha no fundo dos olhos, mas os cabelos cresceram, outros se foram, a barriga diminui ou cresceu, de alguma forma ninguém mais saiu o mesmo! E dá saudade, e o tempo esse tão pequeno passa e nem percebemos!

quinta-feira, setembro 01, 2005

Na corda bamba da vida

Ando assim,
quase aos tropeços
com as pessoas me surpreendendo
e eu mesma me surpreendendo em pensamentos.
eu tenho uma mania de reclamar de uma situação e só valorizar a anterior quando passou por uma pior, a situação pior também é um ponto de vista. Sou avessa às mudanças,não as entendo, na vedade sou que nem plantinha com raiz, não quer ir pra outro canto de modo algum. Mas a vida deve seguir seu ciclo, o que me atormenta às vezes são os questinamentos sem respostas ou mesmo as respostas sem questionamentos.
Preciso muito mais na verdade acreditar no invisivel que vai acontecendo ao nosso lado, bem mais intenso e poderoso do que aquilo que nossos pequenos olhos conseguem enchergar.
Estou precisando urgentemente dos óculos de Miguilin

quarta-feira, agosto 17, 2005

De bilhetes e e-mail's

como vai, como vai, como vai
Tudo bem, tudo bem, bem, bem
somos dois palhaços
No circo sem lona
Sem eira nem beira,
Cambaleando, rindo, chorando sem a maquiagem
Deus o grande malabarista,
Nos segura firme
Nas mãos
E nós bobos, bobos, morremos de medo
Porque no sobe e desce
Temos medo de cair,
Mas sua mãos fortes e firmes sempre
Nos pega
E a platéia de boca aberta
Ri, respira aliviada,
Não não caimos,
E Deus agradece
os aplausosAcalorados
daqueles que esperavam que falhasse..
assim é a vida
Meu palhacinho,
sua palhacinha.
há muito tempo não escrevia para o Gilson, antes escrevia tantos bilhetes, mas afinal o tempo que moramos lá no CRUSP nos incentivava a isso,naquela época o e-mail não era acessório obrigatório e os escaninho era sempre bem vindo, quantas vezes cheguei cansada do trabalho e meus olhos logo loucos procuravam um pequeno bilhete lá na minha "casinha", ou mesmo acordar de manhã e na sonolência e preguiça começar o dia com palavras novas, com uma companhia poética,
Tempo de namoro, ainda tenho um monte de bilhetes guardados, uns chorosos outros de sorriso, nossa história, e hoje mandei essas palavrinhas digitalizadas para ele, afinal a história continua.

terça-feira, agosto 16, 2005

Cansaço

Não sei se de alma
De corpo,
De mente
Das tarefas
do ônibus cheio de gente
Estranhezas
Do metrô silencioso,
De mim no meu mundo,
Pensando, pensando, pensando
Das mudanças sem alterações
Alterada ando eu
Com areia nos olhos
Escondendo a beleza
Me mostrando a frieza
Dos dias com noites
Noites em dias
Sonos sem sonhos,
Sonhos dormidos,
De repente tanta coisa boa acontecendo,
E mesmo assim ufa... ando cansada,

terça-feira, agosto 09, 2005

Uma xícara de chá.

Nada como estancar
O tempo, o sangue
O cansaço
Com uma xícara de chá
A quietude da noite
a chuva caindo lá fora
e eu pensando nos meus dias
Esperando o chá se acabar,
E minha vontade de gritar
passar
Ainda bem que hoje tem chá em casa!

Well, Well Well Gabriel.

Oito Anos
Já se foram
Outros tantos estão chegando,

Se pergunto
Quero saber
Tão miudinhas minhas questões,
Tão enormes meus heróis,

Não pedi
E bem que quis
Crescer
Mas agora pra onde vou?

Desenhar uma casinha
Papai, mamãe e a flor,
Nascer do sol,

Já se foram
Oito anos
E tantos outros

Criança, como bom sê-la, mesmo eu tendo sido uma criança tão sozinha, por não ter irmãos, nem primos que morassem perto eram puros meus sonhos, e a gente tem umas idéias tão loucas do mundo.
Se bem pensando, tive que ter umas preocupações de adultos mas demorei muito pra cair a ficha e querer crescer.
Uns dizem que a gente tem que crescer, mas deve de ser a tal da maturidade... ser adulto-criança.
Eu tive duas infâncias, uma meio amedrontada, sozinha e uma outra sozinha porém nada solitária.
Quando me converti no meu quarto lá no CRUSP, foi a noite mais linda e tranqüila da minha vida, não dormira naquela noite porque a guerra que travava dentro de mim estava na batalha final em que me entragava à vida ou à morte, mas de joelhos eu pedi, pedi trégua, pois já não mais suportava, e todo peso se foi, e me senti acolhida e amada como nenhum homem até hoje pôde me amar... Jesus Cristo, foram os dias de infância, da alegria, da desprecoupação, em que não tive medo de nada, nada e as águas do meu mar correram serenas...e como tive experiências em que minha oração era de uma filha para um pai com a certeza de que pedindo pão não receberia pedra, quero voltar a ser criança, como quero...como tenho saudades...

segunda-feira, julho 25, 2005

Aperto forte...

Queria voltar a fazer poesias,
apaixonadamente como antes
Sem métrica forma ou rima,
Desordenadamente, claramente
Derramando tantos diminutivos
Chegando a dar gastura

Encontrava-me
e minha alma
se derramava, chegava até a chorar,
Só que hoje tenho apenas palavras,
Não tenho mais a doçura
Não sei ainda fazer poesia

Dizem que escrever sobre si
Não é poesia,
Nem tampouco literatura
É apenas autobiografia,

Mas preciso hoje me derramar
Para não enlouquecer
com tantas palavras sem dizer
com tanto ódio e tanta raiva
sem entender,
se é de mim ou de
quem quer que seja

Só queria respostas,
as vezes queria ser outra,
ter a ansiedade dos apaixonados,
a esperança, o olhar perdido,

Não me sinto infeliz,
Apenas sou como as flores
No inverno,
Sinto o frio, me desfolho,
E espero o calor
O acolhimento da primavera

Sou mulher
Sou contradição
Sou medo
Inquietação,
Só te tenho
Palavras

quarta-feira, junho 29, 2005

Cosméticos

Hoje me arrumava para vir trabalhar sempre naquela letargia matinal, eu sou muito engraçada, eu fico desperta às 6h e teimosa que sou fico frçando dormir mais um pouco e então só consigo levantar às 8h. daquele jeito...eita preguiça danada, como diz Liroca eita mundo velho sem porteira!
Mas vamos lá, colocava um pouco de perfume e me veio uma idéia, essas coisas que vêm na cabeça quando tá tudo meiobranco, que cheiro meu filho guardaria de mim então pensei que cheiro trago na lembrança da minha mãe quando pequena, lembrei-me da latinha azul de Nívea, único creme que minha mãe usava na época, não tinha essa fartura de marcas e tipos de cremes, desodorantes e shampoos que se tem hoje, me lembro também da latinha de Minancora.
E como uma coisa puxa outra, pensei de como era na época da minha bisavó, o banho completo lá na roça de corpo inteiro na bacia era somente no sábado, com sabão preto (este sabão é feito em casa sabendo-se dos ingredientes, acho que ninguém ousaria usar, já que era feito da banha ruim de porco, acho que soda caustica (será?) e um cheiriro provavelmente alecrim? e sabe que uma época já cheguei a usar esse sabão e olha dava um brilho no cabelo! Durante à semana era somente das partes baixas, os homens somente os pés as mulheres as intimidades também, minha mãe disse que nunca sentiu mal cheiro na minha bisavó e olha que ela lidava o dia inteiro com a enxada na roça, imagina poeira, suor... mas enfim.
Outro detalhe interessante, minha bisavó não usava calcinha, usava um vestidão até os pés com anágua, e sabe de outra coisa, não tinha banheiro, privada, esses luxos não era tudo no meio do mato e tinha papel higiênico? Nada, nada.
Ela tinha um tio que nunca tomou banho, dizia que esse negócio gastava a pele e encurtava a vida. Ele viveu muito!
Minha avó trouxe uns luxos para a vida da roça, se tornou costureira e seus primeiros modelitos foram calcinhas para a mulherada, para a titia e vovó usadas apenas para a subida em cima dos caminhões.
Já minha vó, adorava ir ao cabelereiro na cidade, fazer permanente e tingir cabelo, usar bijous, um guarda-chuva cheio de fru-fru, vestidos muito lindos e limpos, (não era à toa que minha vó era desejada pelos homens),como minha avó não escutava os galanteios e somente minha mãe, digamos asim ela não achava muito bom e chingava eles e minha avó quando sabia o que se passava dizia assim meio querendo disfarçar "menitra, mentira".
Eu conheci a fase mais "calminha" da minha avó, adora um talco charisma da Avon que ela sempre mandava o rótulo pra gente aqui em SP para que levássemos para Minas quando fôssemos para lá e também o óleo Johnson e Johnson que ela passava nos cabelinhos cinzas finos que ela delicadamente enrolava num coque. A sombrinha mais discreta e comum sempre a acompanhava nos seus passeios, não era à toa que ela tinha a pele lisinha e quase sem rugas. sol nem pensar!
Hoje tem uma infinidade de cosméticos lá em casa a quantidade de shampoo que compro pra testar e não gosto, o perfume que dali à pouco eu enjôo, tem dias que me perco passando os cremes no meu corpo outro dia dá uma lesera...
Feminices, mas que às vezes é bom passar uma shorinhas no cabelereiro, fico à imaginar como deve ser um spa, eita quanta baboseira tô escrevendo hoje.
PS Relato de um sonho que tive hoje:
Sonhei que tinha um filhinho, era tão fofinho, eu o pega colocava no carrinho e ia passear com ele, só que quando saía chovia (inclusive no mundo real estava chovendo muito) e mesmo assim eu ainda saía como bebê e ele ficava todo molhado, ensopado eu voltava correndo toda afobada e sem querer batia a cabecinha dele e o machucava um pouquinho eu fiquei morrendo de mendo sabe de quê/ "Ai meu Deus se minha mãe ver, ela vai me matar"? Será que com esse sonho preciso de profissional Freudiano ou Joungano que seja pra explicar algumas raízes dos meus problemas? (rs).

segunda-feira, junho 20, 2005

La casa de los babies... e o desamparo

Assisti à esse filme ontem que trata de uma maneira densa tantos problemas trazendo como fio condutor a adoção. Desde o desemprego, meninos de rua, americanas que são exploradas ( ou se deixam) em nome do sonho de ser mãe, "espertinhos" levando vantagem, caráter de cada uma delas, fiquei com a sensação, todos nós no final só queremos ser felizes... no entanto muitas vezes somos egoístas e apenas conseguimos ouvir a nossa prórpia voz.
A tarde foi bem normal, mas estava sentindo uma dor muito forte na barriga, desde o sábado estava sentindo uma dorzinha muito enjoada, me deitei e pedi ao Gilson que colocasse sua mão na minha barriga pra melhorar e ele me fez uma massagem, que parece abriu uma represa, as águas saíram soltas de dentro de mim, chorei tanto, de soluçar, uma sensação tão forte de desamparo, é como se voltasse à minha infância e eu fosse uma menininha, encolhida na minha cama chorando sozinha, com medo do mundo, com medo da dor.
Mulher, querendo deixar a menina
A sombra no entanto
Vive a perseguir
E reviver noites tão obscuras
Tempestades
Torturas,
De dentro a mãe Maria
A dizer, você é minha menina,
E eu ao mesmo tempo querendo deixar o guarda-chuva,
Mas a chuva é tão fria,
"Vem cá menina você vai se molhar"
"Deixa, mãe !Logo passa"

quarta-feira, junho 08, 2005

E a saudade...

Sem pedir ela vem, uma tal de nostalgia, que a gente não sabe bem de quê, de um lugar, de uma pessoa, de um tempo..
No meu caso hoje talvez apenas seja os tais hormônios que conseguem me descontrolar (mas do que já sou (rs))...
Uma vontadinha de chorar, de querer estar perto, mas apenas me restam as palavras para me consolarem... eu e elas.
Estou terminando de ler o livro que ganhei do Gilson em 1998, engraçado estou relendo na verdade, da primeira vez não cheguei ao fim, não me lembro de nada do que li naquela época.
Estava na casa de minha mãe no fim de semana e fiquei vasculhando os livros que lá estão guardados já que terminei o Arquipélago II no sábado e pra não ficar sem nem uma dosinha de letras, escolhi esse.
Me lembro apenas porque cheguei a pedir esse livro, o tema , essa menininha Cecília tem uma história bem parecida com a que vivi naquele ano 1998. Ano que minha avó adoeceu de leucemia, ficou de cama e depois se foi... para mim foi um ano muito difícil, e ainda as vezes é... tento não trazer as memórias tristes daqueles dias, porque eu e minha avó temos muito mais histórias de muita alegria, mas as vezes é inevitável."Através do Espelho" de Jostein Gaarder, não é um graaaaande livro, mas as reflexões levantadas são pertientes. Afinal o livro diz que vemos por um espelho e as vezes damos uma escapadinha pro lado de lá, mas não é tudo que vemos.
Quero escrever um trecho do livro:
"Quando eu morrer, o fio de prata de um colar de pérolas vai se arrebentar e todas as pérolas, lisinha e acetinadas, vão rolar pela terra e correr de volta para a casa delas, para suas mães-ostras lá no fundo do mar. Quem vai mergulhar e panhar minhas pérolas depois que eu tiver ido embora? Quem vai saber que elas eram minhas? Quem vai adivinhar que antigamente, há muito tempo, o mundo inteiro pendia em torno do meu pescoço?"
Talvez as pérolas tenham que voltar ao fundo do mar... mas a pérola não será a mesma depois que ela foi minha, e o fundo do mar também não será mais o mesmo e nem mesmo o mundo, de alguma forma, nada será igual a antes...

sexta-feira, junho 03, 2005

Ontem, hoje e amanhã

Ontem foi um dia de coincidências...
Coincidências para se refletir...
Talvez essa não seja a melhor palavra para se definir os acontecimentos de ontem, talvez as peças de um quebra-cabeça que estão se encaixando e explicando um ao outro, e escrevendo palavras que vão pulsando dentro de mim, cidade, violência, somos um nada, do futuro nada sabemos, uma versículo Bíblico "Se Deus não guardar a casa em vão vigia a sentinela"....
Ontem fui junto com o Gilson assistir à peça Avenida Dropsie, na verdade Scketbook que são esquetes da peça propriamente dita.
Ele estava na verdade acompnhando seus alunos do Colegial porém ele não veio junto com eles e ficou aguardando que chegassem lá mesmo no Teatro Fiesp e nada dos "pequenos" chegarem.
Entramos pois já faltava uns 5 minustos para as 20h, desliguei meu celular acho que o pessoal foi bem solícito e ficou aguardando a chegada da escola, e para verificar a hora resolvi ligar novamente o celular e logo ele tocou... falei meu Deus quem será? Os alunos chegaram e logo apagaram as luzes e começou um barulhão da peça (a peça trata desse "mundo" relacionado à cidade, solidão, medo, falta de diálogo, barulho etc, ótima peça, trata com um homor das coisas que vivemos dia-a-dia, aliás recomendo).Ainda bem que teve barulhos pois resolvi atender o celular, era minha mãe.
Ela me disse: "Filha, aconteceu uma coisa horrível!" Eu gelei, me contou que quando ela saía com meu padrasto de casa às 19h30 2 caras armados os abordaram na porta de casa, um ficou ao lado de minha mãe e queria que ela abrisse a porta de todo jeito (qual seria a porta: do carro, de casa?) minha mãe dizia, "Moço leva o carro, mas deixa a gente,", o rapaz minha mãe disse estava muito nervoso e com medo, ele dizia "sò quero umas coisinhas", Minha mãe não sei o que pensava,perguntava: "Mas que coisinhas?", de repente ela viu que aquilo realmente estava acontecendo com ela(tendemos a achar que acontece com os outros não com a gente), então ela começo a chmar pelo Espírito Santo, pedir a Deus que a ajudasse e meu Deus agradeço por protegê-los, o moço falou calmamente "Não precisa rezar não dona", isso do outro lado meu padrasto discutia com o outro e saiu nosso vizinho à porta e ele disse à ele "Ele foi chamar a polícia,", meu padrasto deu a carteira à ele, enquanto ele tirava o dinheiro , meu padrasto tomou a carteira e eles saíram correndo. Bom minha mãe me ligou para falar para que tomasse cuidado, ela sempre me diz isso principalmente quando tenho que sair à noite.. minha mãe quase nunca sai de casa, pensei meu Deus tadinha da minha mãe, ela sofreu o susto e se preocupa comigo!!! Graças a Deus nada mais grave aconteceu, claro o susto.
Bom desliguei e fiquei à assistir a peça, de um lado os alunos do Gilson, que me fizeram refletir muito também, eles adolescentes, gritavam e não sossegavam, todos tinham ido à primeira vez ao teatro, são da periferia, não acreditaram ao final da peça quando dissemos que o Teatro era gratuito, (poucos sabem de tantas coisas legais e gratuitas que têm em SP). Vi uma garota sozinha que se enfeitou toda pra ir e se sentou toda orgulhosa na platéia.
A peça é maravilhosa... fiquei à olhar os gestos, as caricaturas da nossa cidade, pra quem a gente quer olhar, a gente não olha, a gente não dialoga, a gente não sorri, a gente só usa de frases pra manter contato... triste isso.
Que será de nós,? As vezes dá um medo... que será desses jovens, as vezes parece tão fácil o que se tem que fazer, mas tô sentada aqui a escrever... fiquei sabendo hoje pelo jornal que o Teatro do SESI vai começar a cobrar pelos ingressos nos shows de terça-feira e nas peças de sextas e sábado, umas desculpas que não sei se cola muito, mas vá lá...
Hoje escrevo, amanhã...

quarta-feira, junho 01, 2005

Sobre saúde e outras cousitas mais...

Ainda não falarei sobre a liberdade, pois sendo um tema complexo é um pouquinho demais pra mim pobre mortal... (rs) e além disso preguiçosa..
Mas queria deixar registrado um e-mail que encaminheii hoje ao Dr. Dráuzio Varella, para que eu mesma não me esqueça que a Saúde é algo de suma importância na vida da gente e também não posso deixar de falar de "O Tempo e o Vento", eu não consigo deixar de dialogar com o livro que leio (será que isso é um problema??), Rodrigo Cambará larga o ofício da medicina (não que ele fosse um dos médicos mais dedicados (rs)..) mas principalmente motivado pela morte de sua filha mais velha Alicinha que teve um mal súbito apesar de vários médicos a terem examinado, não puderam salvá-la.
Isso me faz pensar o quanto tantas vezes confiamos plenamente no que nos dizem os médicos e no entanto lá no livro de Érico Veríssimo seu personagem diz que a Medicina nada sabe, algo complicado não milito contra os médicos de modo algum, mas as vezes (não quero generalizar) eles demonstram tanta falta de zelo para com seus paciente.
Esta história de médicos me fez lembrar de um tempo e das histórias contadas por minha mãe e avó (minha avó adorava contar suas histórias, apesar de não poder falar... eu sempre adorei "ouvir" seus gestos, mas elas me contaram e eu pude também conhecê-lo o Julinho, farmacêutico (não sei se por formação), único sinal e esperança de ajuda quanto às curas dos males do corpo numa cidadezinha lá das Minas Gerais - Santana do Jacaré´.
A história que minha avó adorava contar era do nascimento de minha mãe. Minha avó nessa época não morava na cidade, morava numa fazenda, não era dona não, era "agregada" como se diz hoje, na verdade minha bizavó plantava à "meia", (sobre essas coisas explico melhor em outro momento).
Ela sempre contava com uma pontinha de emoção, como seu feito heróico: dizia que havia muitos moços querendo casar com ela mas sua mãe não deixou (tudo explicarei mais tarde), então ela era meio teimosinha, não casou, mas como ela apontava com as mãos uma barriga enorme: engravidou ano de 1950, solteira, surda-muda, 32 anos de idade(minha heroina), sua mãe a quis expulsar de casa, quando entrou em trabalho de parto sua mãe a beliscava e dizem as mas línguas falava que iria jogar o bebê no córrego, e minha vó gemendo de dor e nada do bebê nascer então a solução ir à cavalo até a cidade e conversar com seu Julinho, meu tio Joaquim foi correndo(minha vó fazia o som direitinho do cavalo corrrendo) e ele então mandou 2 injeções. Minha vó contou, meu tio aplicou uma em cada braço e então o bebê nasceu. Minha mãe, de olhinhos fechados e caladinha (achavam que ela tinha nascido morta), então tiveram a idéia de bater com uma colher numa velha frigideira e então acordou Maria que seria das Dores...
Mas continuando sobre seu Julinho, me lembro da sua farmácia lá na entrada de Santana que pena que derrubaram a casa, era daquelas construções antigas, de 2 portas de madeira na frente, balcão de madeira antiga, lá dentro o cheiro dos remédios para manipulação, seus cabelos brancos, uma traqüilidade, eu era bem pequena, me lembro dele tirando os furunculos da perna da minha vó e curando, dele dizendo pra minha mãe sobre as feridas nas minhas pernas, que me molestavam demais quando ia pra lá, acho que era um tipo de alergia.
A dedicação da Fármacia do Julinho esse sim eu chamo de Doutor.
Mas ele se foi, sua casa não está lá mais, tantas coisas não estão mais no mundo e tudo corre tão mais rápido e dizem que nossa tecnologia é de ponta.
Chega né, já escrevi demais, mas é bom aproveitar esses momentos que a histórias escorrem, deslizam com facilidade.
Abaixo segue o e-mail ao Dr. Dráuzio: (chi vejo agora que escrevi em alguns momentos o nome dele errado... ai Cristiane é Dr. Dráuzio não Dr. Drázio)

SUGESTÃO
Dr.Dráuzio
Bom Dia!!
Tenho acompanhado sempre sua trajetória de apresentador de programas na TV, as reportagens do Fantástico, e também suas reportagens em outros canais sobre diversas áreas da Saúde.
Sei o quanto a sua figura é importante no cenário da saúde já que o Sr. muito merecidamente consolidou uma imagem de confiança, li também seu livro Por um Fio e vi o quanto o Sr. escreve bem; um contador de histórias nato.
Mas Dr. Dráuzio o que me traz aqui, é lhe fazer uma sugestão: acho que seria muito pertinente se pudesse ser realizado pelo Fantástico (já que é uma rede que abrange todas as camadas e todo o Brasil), reportagens sobre a saúde da Mulher. Sobre todos os problemas femininos que a mulher enfrenta hoje, ginecológicos, psicológicos até.
Não vou dizer que não tenha interesse nisso, pois sou portadora de Endometriose e me revolta às vezes a falta de informação mais precisas dos médicos e até mesmo da população, Dr. Drázio o Sr. não acha que deveria se investir mais em pesquisas para que as mulheres tivessem sua fertilidade preservada, ou mesmo para que tenham uma melhor qualidade de vida?Enfim, passei a minha adolescência inteira sentindo fortes cólicas, sangrando demais e todos diziam que tudo era muito normal... pelo jeito não era...
Enfim Dr. Dráuzio sinto que os médicos precisam ser mais "responsáveis" por seus pacientes, o que inclui estudo, pesquisa.
Sei que há diversas mulheres nesse nosso Brasil que precisam ter mais conhecimento até mesmo sobre seu corpo.
Para o Sr. ter uma idéia minha avó foi ao ginecologista aos 70 anos de idade.Se bem que na época dela a vida era bem diferente da que nós mulheres enfrentamos hoje.
Eu agradeço muitíssimo pela atenção e espero que essas reportagens possam ser levadas ao ar, tenho fé que sim.


sexta-feira, maio 20, 2005

Floriano...

Floriano é o personagem de "O Tempo e o Vento", ele aparece mais no último volume da saga "O Arquipélago", estou lendo o volume II, é incrível como Érico Veríssimo vai interiorizando, e colocando questões de "alma" em seus personagens conforme chega a "modernidade".
Em "O continente", a questão é prática, início do século, cada um necessita sobreviver, então o que importa é a força, o que luta com braços, viver é a questão, ter o pão, e sua terra é o que importa.
Já em o Arquipélago questões existenciais, são mais fortes, começa um pouquinho com Rodrigo Cambará (neto) que vive uma dualidade: sua natureza, (que parece estar ligada ao homem do campo), briga com o "saber", com as "questões"(e o que seria o correto a fazer) já que é o primeiro homem de sua família que sai da terra e vai pra a cidade grande, que estuda, conhece cantores de óperas, gosta de perfumes...
Floriano me faz pensar o quanto pesa nossas "raízes" em nossas vidas, suas dúvidas, querer agradar, o quanto trago dele em mim, também trago um pouco do Rodrigo Cambará... (muiot pouco mesmo)
Assim como Floriano gostaria de quebar a casca do ovo e viver,: citando Arquipelágo I , diálogo entre Roque Bandeira (tio Bichho)e Floriano),
Suponhamos que a vida é um touro que todos temos de enfrentar> Como procederia, por exemplo, o teu avô Licurgo Cambará, homem prático e despido de fantasia? Montaria o cavalo e, com auxílio de um peão, simplesmente trataria de lançar o animal. Agora, qual é a atitude de seu neto Floriano Cambará? Tu saltas para a frente do touro com uma capa vermelha e começas a provocá-lo. De vez em quando fincas no lombo do bicho umas farpas coloridas... Mas quando o touro investe tu te atemorizas, foges, trepas na cerca e de lá continuas a manejar a capa, para dar aos outros e a ti mesmo a impressão de ainda estar na luta... É uma atitute um tanto esquizofrênica, com grande conteúdo de fantasia. Certo? Bp,; Toma agora o teu tio Toríbio.. qual seria a atitude dele?
Pegaria o touro à unha...
-Exatamente. Levaria a loucura e a fantasia até suas últimas conseqüências.
ando tentando sair da fantasia e fincar os pés no chão, mas confesso não é nada fácil, parece-me que estou eternamente na estação aguardando o trem passar, e sem entender muito bem porque espero se há tantos caminhos a seguir e talvez aquele trem já tenha passado, mas sempre penso ele ainda pode passar novamente, mas o caminho está ali bem à frente de vez em quando eu o olho, e tudo parece tão belo logo lá, mas não continuo ali...
Penso, penso muito, e algo me sufoca por dentro, tantas palavras, que as vezes ficam ali dentro da cabeça mas parecem que vem do peito, e se não colocá-las de algum modo pra fora não me darão sossego...
Procuro a liberdade, mas sobre isso preciso de mais espaço... preciso trabalhar melhor minhas amigas, preciso citar Floriano... logo mais farei isso, claro se minha preguiça e meu senso de não parecer idiota e nem ficar me perguntando os por quês e pra quê, me deixarem... e.. sempre os e... e... e se...