quinta-feira, agosto 26, 2010

Quando nos falta...



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Quando a alma se sente completamente vazia,
Ou na verdade repleta de dor,
Mas não a dor desesperadora,
A dor que vem, sem trégua,
Porque se ferido agora,
Sem tempo de pensar e refletir
Aquela dor, o espinho que fere,
E aquele sangue derramado,
Te faz ver que a veia ainda pulsa,
Que o coração apesar de partido, descompassado,
Bate,
Nesses momentos, como que um faminto,
Tento sugar de tudo do mundo da poesia, da canção, dos filmes, dos escritos, daí vêem minhas descobertas, é como se fosse criança descobrindo o mundo.
Hoje Li Rubem Alves, "O amor que acende a lua", a Crônica a Pipoca, nele mencionou Alberto Caeiro, lá vou eu em busca deste heterônimo de Fernando Pessoa, que com certeza ouvir milhões de vezes na Faculdade de Letras, mas ouvi? Se ouvi, se perdeu na imensidão dos pensamentos cheios de lixo, de futilidades, ou sei lá o que, o fato é que hoje o li e me veio assim:

O GUARDADOR DE REBANHOS (IX)
Sou um guardador de rebanhos
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

segunda-feira, agosto 23, 2010

Bienal - 2010

Ontem fomos à Bienal do Livro, eu e Aninha.Tão fofa, no sábado conversando com ela, eu disse, amanhã a gente vai levantar bem cedinho e arrumar a malinha e vamos ver Livro.Primeiro, ela queria ver livro no mesmo momento e gritava, Livro, livro, toda chorosa, aí tem que explicar que é só no dia seguinte, e será que entende? Demorou um pouquinho..(rs)!
Dali há pouco ela com a mãozinha meio teatral, levantando, foi falando, arrumar a mala, tá bom! Tá bom, meu doce.
A Bienal é bem longe, quando saio com ela para um lugar longe, a ida até é tranquila, mas a volta..., mas sempre me considero uma vencedora!
Muita gente, já que era o último dia, corre de cá, empurra de lá. Chegamos, segura D. Ana de querer levar tudo, convencer que mamãe não tem dinheiro pra tudo.
Quando vi Ziraldo e Maurício de Sousa, fiquei todo momento mostrando pra ela e dizendo olha lá filhinha o Ziraldo - que desenha o Menino Maluquinho, aí ela falava "Cadê, cadê"...
O melhor foi ela se empolgar com o bichinho vestido de lobo mal, eu pegava na mão do bichinho e ela morrendo de medo, mas adorou, foi seu assunto preferido depois.
Ana, você é a minha melhor companheirinha de aventuras.
Te amo viu!

terça-feira, agosto 17, 2010

Quanto Amor

Quanto Amor - Composição Massao Sugihara


Quanto amor, quanto amor
Ele tem por mim
Quanta dor, quanta dor
Sofreu por mim por amor

A razão de tão grande amor
Foi mostrar que a minha vida tem valor
Sou tão precioso para Deus
Que Ele deu o Seu filho
Pra morrer na cruz por mim

Oh Deus te louvo pelo Teu amor
Tu mudaste meu interior
E agora eu quero viver
Pra transmitir este amor
Que vem de Ti...

De tudo que tenho certeza sobre mim, a identidade em Cristo, essa não quero perder.Por mais que os dias muitas vezes me levem muito longe Dele, sei que o Seu Amor é incondicional, esta música diz muito sobre isso.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Try your wings - Minha vida sem mim

Este filme é da mesma diretora de A vida Secreta das palavras, Isabel Coixet, e por incrível que possa parecer a atriz principal é a mesma - Sarah Polley, já assisti faz um tempão o filme "Minha vida sem mim" (My life without me), mas não me saiu da cabeça a cena do carrro entre a Sarah Polley e Mark Rufallo (foi neste filme que me apaixonei por ele) (Rs), e eu sempre fui louca para ouvir a música que toca nesta cena, ele fala o nome da Cantora Blossom Dearie, imagina se não corri para comprar o CD.Mas não sabia direito a música que tocava e hoje descobri, ela é linda, letra e melodia. Aí vai:

Try Your Wings
If you've never been in love
And you're longing for the happiness it brings
Try your wings


If you're hungry for the sound
Of a lover saying sentimental things
Try your wings


Even the tiniest bluebird
Has to leave its nest to fly
What a bluebird can do
You can do too, if you try


[2x]
If you've always had a dream
But you've been afraid that it would not come true, hitherto
Fall in love and you will find
That it's just what you've been dreaming of


A first love never comes twice
So take this tender advice
When it comes, try your wings
And fly to the one you love

Se você nunca se apaixonou
E está esperando pela felicidade que isso traz
Experimente suas asas


Se você está ansioso pelo som
De um amante dizendo coisas sentimentais
Experimente suas asas


Mesmo o minúsculo pássaro azul
Tem que deixar seu ninho para voar
O que um pássaro azul pode fazer
Você também pode, se tentar
[2x]

Se você sempre teve um sonho
Mas tem medo que não realize, até agora
Se apaixone e você achará
Que isso é só o que você tem sonhado

Um primeiro amor nunca aparece duas vezes
Então siga esse terno conselho
Quando vier, experimente suas asas
E voe para seu único amor

quinta-feira, agosto 12, 2010

A Vida secreta das Palavras II

Ontem perdi o sono, eram 3h. da manhã e não pregava o olho, também não tinha vontade de ler. Resolvi assistir o filme que está um tempão guardado dentro da minha bolsa, para não correr o risco de se perder em meio aos outros lá de casa. Queria rever esse filme, como se vendo de novo pudesse resgatar alguma coisa perdida, ou alguma coisa muito guardada dentro de mim.
Apesar de saber que esse filme era lindo e que me tocava, descobri enquanto assistia que não lembrava quase nada dele.E descobri, também agora, que podia parar o filme, que prestava mais atenção aos detalhes, à solidão dos personagens, aos diálogos, à dor, a mudança de uma cena para outra de Hanna, como uma flor machucada, que o jardineiro vai podando, assim vai Josef fazendo brotar, aos pouquinhos o sorriso dela. Nos diálogos entre os dois, cada um vai mostrando suas feridas, em cada palavra, a ferida da alma, a ferida do corpo.
Chorei, quando Josef conversa com Hanna sobre as Cartas Portuguesas, que o leu há muito tempo e que deu a uma pessoa e não deveria ter dado..., principalmente sendo uma pessoa que passava muito tempo só,E chora, "COMO LIDAR COM AS CONSEQUÊNCIAS"..., como continuar vivendo...Hanna, chora e o toca, passando a mão no seu rosto e diz, simplesmente tem que se seguir...A cena em que ela se desnuda, mostrando sua cicatriz e se juntam as dores. ai meu Deus, segura meu coração...!
Agora um homem,que procura essa mulher ferida e oferece todo seu amor, a sua vida num diálogo, em que Hanna diz: "Um dia não sei quando, vou chorar tanto, que vou inundar a casa, o quarto e você vai se afogar e esse homem firme, diz: "EU PROMETO QUE APRENDO A NADAR"...Ah.............precisa dizer algo, só minha alma sabe...
Sei que muitos vão ler e dizer, mas ela conta o filme? Jogado assim, como palavras, com as minhas palavras, ah, melhor assistir e descobrir que vida secreta há nas palavras...

terça-feira, agosto 10, 2010

Comentando Cajuína

Desde quando ouvi essa música pela primeira vez, no meu retorno aos ensaios do SESC, já logo de cara achei linda. No entanto, não sabia da sua história, há alguns dias li uma entrevista do Caetano e me emocionei.
Ela foi feita após a morte de Torquato Neto, companheiro em algumas composições do Caetano, ele diz que estava distante de Torquato Neto, devido suas internações por conta do alcoolismo.Ficou sabendo do suicídio de Torquato Neto, naquele momento não conseguiu derramar uma lágrima.
Quando foi fazer um show em Teresina foi visitado pelo pai de Torquato Neto e convidou Caetano a ir em sua casa. Lá, mostrou as fotos de seu filho a Caetano e então todas as lágrimas vieram, e o pai apenas em silêncio, pegou uma flor e entregou a Caetano enquanto tomavam cajuína. A dor consolando outra.
Linda, linda. "Existirmos a que será que se destina".