sexta-feira, junho 03, 2005

Ontem, hoje e amanhã

Ontem foi um dia de coincidências...
Coincidências para se refletir...
Talvez essa não seja a melhor palavra para se definir os acontecimentos de ontem, talvez as peças de um quebra-cabeça que estão se encaixando e explicando um ao outro, e escrevendo palavras que vão pulsando dentro de mim, cidade, violência, somos um nada, do futuro nada sabemos, uma versículo Bíblico "Se Deus não guardar a casa em vão vigia a sentinela"....
Ontem fui junto com o Gilson assistir à peça Avenida Dropsie, na verdade Scketbook que são esquetes da peça propriamente dita.
Ele estava na verdade acompnhando seus alunos do Colegial porém ele não veio junto com eles e ficou aguardando que chegassem lá mesmo no Teatro Fiesp e nada dos "pequenos" chegarem.
Entramos pois já faltava uns 5 minustos para as 20h, desliguei meu celular acho que o pessoal foi bem solícito e ficou aguardando a chegada da escola, e para verificar a hora resolvi ligar novamente o celular e logo ele tocou... falei meu Deus quem será? Os alunos chegaram e logo apagaram as luzes e começou um barulhão da peça (a peça trata desse "mundo" relacionado à cidade, solidão, medo, falta de diálogo, barulho etc, ótima peça, trata com um homor das coisas que vivemos dia-a-dia, aliás recomendo).Ainda bem que teve barulhos pois resolvi atender o celular, era minha mãe.
Ela me disse: "Filha, aconteceu uma coisa horrível!" Eu gelei, me contou que quando ela saía com meu padrasto de casa às 19h30 2 caras armados os abordaram na porta de casa, um ficou ao lado de minha mãe e queria que ela abrisse a porta de todo jeito (qual seria a porta: do carro, de casa?) minha mãe dizia, "Moço leva o carro, mas deixa a gente,", o rapaz minha mãe disse estava muito nervoso e com medo, ele dizia "sò quero umas coisinhas", Minha mãe não sei o que pensava,perguntava: "Mas que coisinhas?", de repente ela viu que aquilo realmente estava acontecendo com ela(tendemos a achar que acontece com os outros não com a gente), então ela começo a chmar pelo Espírito Santo, pedir a Deus que a ajudasse e meu Deus agradeço por protegê-los, o moço falou calmamente "Não precisa rezar não dona", isso do outro lado meu padrasto discutia com o outro e saiu nosso vizinho à porta e ele disse à ele "Ele foi chamar a polícia,", meu padrasto deu a carteira à ele, enquanto ele tirava o dinheiro , meu padrasto tomou a carteira e eles saíram correndo. Bom minha mãe me ligou para falar para que tomasse cuidado, ela sempre me diz isso principalmente quando tenho que sair à noite.. minha mãe quase nunca sai de casa, pensei meu Deus tadinha da minha mãe, ela sofreu o susto e se preocupa comigo!!! Graças a Deus nada mais grave aconteceu, claro o susto.
Bom desliguei e fiquei à assistir a peça, de um lado os alunos do Gilson, que me fizeram refletir muito também, eles adolescentes, gritavam e não sossegavam, todos tinham ido à primeira vez ao teatro, são da periferia, não acreditaram ao final da peça quando dissemos que o Teatro era gratuito, (poucos sabem de tantas coisas legais e gratuitas que têm em SP). Vi uma garota sozinha que se enfeitou toda pra ir e se sentou toda orgulhosa na platéia.
A peça é maravilhosa... fiquei à olhar os gestos, as caricaturas da nossa cidade, pra quem a gente quer olhar, a gente não olha, a gente não dialoga, a gente não sorri, a gente só usa de frases pra manter contato... triste isso.
Que será de nós,? As vezes dá um medo... que será desses jovens, as vezes parece tão fácil o que se tem que fazer, mas tô sentada aqui a escrever... fiquei sabendo hoje pelo jornal que o Teatro do SESI vai começar a cobrar pelos ingressos nos shows de terça-feira e nas peças de sextas e sábado, umas desculpas que não sei se cola muito, mas vá lá...
Hoje escrevo, amanhã...

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