segunda-feira, novembro 19, 2007

Balada Literária

Desde o feriado de quinze de novembro aqui em São Paulo está rolando a Balada Literária, confesso que não gostei muito do nome, eu acho que não combina muito balada com literatura, mas acho que tentaram recuperar a época boêmia de São Paulo, em que os escritores se reuniam pelos botecos em São Paulo.
A Balada me lembrou bastante FLIP - Festa Literária de Paraty, talvez porque as carinhas participantes sejam muito parecidas com a de lá.
Bom, mas o que queria mesmo era ver os "imortais" da Literatura. Fiz letras e há os "monstros" de nossa área e eles estariam reunidos, numa só mesa no domingo.
Não queria perder,pois na faculdade, infelizmente só pude ouví-los através de textos e na fala de outros professores, já estão com certa idade mas a elegância e lucidez surpreende.
A mesa completa era: Manuel da Costa Pinto da Revista Cult - (intermediador do debate), David Arrrigucci, Antonio Candido e Boris Schnaiderman.
A Livraria estava repleta, entrei e me sentei do ladinho de Antonio Candido, no chão, ouvir suas falas, que é mais uma contação de causos é simplesmente delicioso. Uma de suas falas foi sobre a pessoa do Crítico Literário que no início se restringia aos jornais e não às Faculdades, o que hoje é ao contrário. E como crítico, um dia ele recebe um livro que se chama "Perto do coração Selvagem" de uma jovem que se chama Clarice Lispector, sem nada saber sobre essa jovem, é preciso fazer uma resenha de 6 páginas, para publicação.
A homenagem foi ao professor João Alexandre Barbosa, figura essa, que não conheci pessoalmente, mas pela fala dos profesores, foi alguém que amou por demais a Literatura.
Algumas das histórias, que segundo Antonio Candido, nem sempre foram verdade, mas eram contadas pelo professor João Alexandre:
- Antonio Candido em um momento escreveu um artigo falando sobre a forma de escrita do nome de Gilberto Freyre, discutindo o por que que ele escrevia com y e não com i, e o professor João Alexandre, conta que ele ligou para Gilberto Freyre e disse, quem vai falar é Antonio Candido, sem acento o e também no A. Antonio Candido disse que não era verdade.
- Em um momento de brigas entre Mackenzie e USP, na Maria Antonia, os profesores, Antonio Candido, Boris e João Alexandre estavam em uma sala e de repente começou um tiroteio, todos os profesores se jogaram debaixo das mesas, menos o profesor Boris, o professor João Alexandre começou a gritar, venha, venha,O professor Boris, diz que gritou; "Não me abaixei para fascitas na Itália, aqui que não vou me abaixar.".
Enfim, foi uma tarde muito gostosa de contação de causos. Lá também estavam José Midlin, Lygia FAgundes Teles e Marcelino Freire.
Pois é meu (minha) Pequeno(a), você estava lá comigo. Quando você crescer vou te contar...e você também vai ouvir falar desses aí...

2 comentários:

Eliane Bruini disse...

Deve ser gostoso ouvir falar os "monstros"; mas ler as prosas do querensa também é bom demais!

Cris disse...

Pois é, foi bom demais vê-los e ouví-los, já que é bem difícil eles comparecerem aos eventos.Foi bem gostoso, obrigada querida pelo elogio!