quinta-feira, agosto 12, 2010

A Vida secreta das Palavras II

Ontem perdi o sono, eram 3h. da manhã e não pregava o olho, também não tinha vontade de ler. Resolvi assistir o filme que está um tempão guardado dentro da minha bolsa, para não correr o risco de se perder em meio aos outros lá de casa. Queria rever esse filme, como se vendo de novo pudesse resgatar alguma coisa perdida, ou alguma coisa muito guardada dentro de mim.
Apesar de saber que esse filme era lindo e que me tocava, descobri enquanto assistia que não lembrava quase nada dele.E descobri, também agora, que podia parar o filme, que prestava mais atenção aos detalhes, à solidão dos personagens, aos diálogos, à dor, a mudança de uma cena para outra de Hanna, como uma flor machucada, que o jardineiro vai podando, assim vai Josef fazendo brotar, aos pouquinhos o sorriso dela. Nos diálogos entre os dois, cada um vai mostrando suas feridas, em cada palavra, a ferida da alma, a ferida do corpo.
Chorei, quando Josef conversa com Hanna sobre as Cartas Portuguesas, que o leu há muito tempo e que deu a uma pessoa e não deveria ter dado..., principalmente sendo uma pessoa que passava muito tempo só,E chora, "COMO LIDAR COM AS CONSEQUÊNCIAS"..., como continuar vivendo...Hanna, chora e o toca, passando a mão no seu rosto e diz, simplesmente tem que se seguir...A cena em que ela se desnuda, mostrando sua cicatriz e se juntam as dores. ai meu Deus, segura meu coração...!
Agora um homem,que procura essa mulher ferida e oferece todo seu amor, a sua vida num diálogo, em que Hanna diz: "Um dia não sei quando, vou chorar tanto, que vou inundar a casa, o quarto e você vai se afogar e esse homem firme, diz: "EU PROMETO QUE APRENDO A NADAR"...Ah.............precisa dizer algo, só minha alma sabe...
Sei que muitos vão ler e dizer, mas ela conta o filme? Jogado assim, como palavras, com as minhas palavras, ah, melhor assistir e descobrir que vida secreta há nas palavras...

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