quinta-feira, agosto 26, 2010

Quando nos falta...



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Quando a alma se sente completamente vazia,
Ou na verdade repleta de dor,
Mas não a dor desesperadora,
A dor que vem, sem trégua,
Porque se ferido agora,
Sem tempo de pensar e refletir
Aquela dor, o espinho que fere,
E aquele sangue derramado,
Te faz ver que a veia ainda pulsa,
Que o coração apesar de partido, descompassado,
Bate,
Nesses momentos, como que um faminto,
Tento sugar de tudo do mundo da poesia, da canção, dos filmes, dos escritos, daí vêem minhas descobertas, é como se fosse criança descobrindo o mundo.
Hoje Li Rubem Alves, "O amor que acende a lua", a Crônica a Pipoca, nele mencionou Alberto Caeiro, lá vou eu em busca deste heterônimo de Fernando Pessoa, que com certeza ouvir milhões de vezes na Faculdade de Letras, mas ouvi? Se ouvi, se perdeu na imensidão dos pensamentos cheios de lixo, de futilidades, ou sei lá o que, o fato é que hoje o li e me veio assim:

O GUARDADOR DE REBANHOS (IX)
Sou um guardador de rebanhos
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

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