Queria voltar a fazer poesias,
apaixonadamente como antes
Sem métrica forma ou rima,
Desordenadamente, claramente
Derramando tantos diminutivos
Chegando a dar gastura
Encontrava-me
e minha alma
se derramava, chegava até a chorar,
Só que hoje tenho apenas palavras,
Não tenho mais a doçura
Não sei ainda fazer poesia
Dizem que escrever sobre si
Não é poesia,
Nem tampouco literatura
É apenas autobiografia,
Mas preciso hoje me derramar
Para não enlouquecer
com tantas palavras sem dizer
com tanto ódio e tanta raiva
sem entender,
se é de mim ou de
quem quer que seja
Só queria respostas,
as vezes queria ser outra,
ter a ansiedade dos apaixonados,
a esperança, o olhar perdido,
Não me sinto infeliz,
Apenas sou como as flores
No inverno,
Sinto o frio, me desfolho,
E espero o calor
O acolhimento da primavera
Sou mulher
Sou contradição
Sou medo
Inquietação,
Só te tenho
Palavras
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Um comentário:
Belo poema!!! deves continuar na poesia por um tempo...
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